Esse ano, o Natal da Veggi foi um pouco diferente.

Visitamos a Obra Unida Lar Ozanam, casa de acolhimento para idosos em Muriaé, Minas Gerais. A entidade busca quebrar o estigma de que asilo é o “fim da linha”, ou que necessariamente significa um envelhecimento solitário e infeliz. Ao contrário, o que encontramos por lá foi muito alto astral e vontade de viver.

Grande parte dos internos foram para a instituição por vontade própria, motivados pela vontade de não dependerem de ninguém da família. Lá, possuem assistência médica, nutricional e psicológica – além do acompanhamento em tempo integral de enfermeiros e refeições sempre pontuais. Fisioterapia, fonoaudiologia e exercícios físicos também estão incluídos no dia a dia, além de atividades recreativas fundamentais para liberarem a criatividade.

“Você não acredita nas pinturas lindas que eu faço”, contou Maria do Carmo, que está há quatro anos na instituição. “Parece que eu não vi o tempo passar, de tanto que gosto daqui”. Na certidão de nascimento consta o nascimento em julho de 1931, mas a história não é bem assim. Maria do Carmo conta que, com a dificuldade da época, o pai levou vários filhos para serem registrados ao mesmo tempo. Deste modo, os mais velhos foram registrados na mesma data que o caçula e ela não sabe exatamente quantos anos tem, “mas são uns noventa e poucos”, ri, contrariando os 88 anos presentes no registro.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) a população de idosos no País saltou 19,5% entre 2012 e 2017, aumentando de 25,4 milhões para mais de 30,2 milhões de pessoas. Enquanto a expectativa de vida cresce mais a cada ano, a tendência é que instituições de longa permanência – nome formal dos asilos – tornem-se a casa de milhares de idosos Brasil afora. O Lar Ozanam sobrevive graças aos benefícios dos idosos atendidos, mas também conta com auxílio da prefeitura, doações e eventos filantrópicos para fechar as (altas) contas do mês.

Para nossa visita, organizamos uma tarde especial e preparamos um lanche pra lá de caprichado com tudo que eles mais gostam: biscoitos, bolos, cachorro quente, sucos e claro, presentes! Entre uma comidinha e outra, conversamos e conhecemos mais sobre as histórias de quem tem tanto pra contar.    

Dentre as moradoras, uma velha conhecida nossa. Terezinha de Jesus trabalhou por anos na empresa e é uma querida amiga da família. Em uma visita anterior, ela fez um pedido para Maria Luiza Veggi: um relógio. Queria acompanhar o horário de tomar os remédios, a hora de dormir. “Todo mundo vem aqui olhar que horas são”, diverte-se ela.

O Lar Ozanam atende hoje aproximadamente 48 pessoas entre homens e mulheres. A estrutura conta com uma ampla área aberta, capela e refeitório, onde nosso encontro foi realizado. Durante as refeições, um aparelho de som toca as músicas que eles mais gostam – sertanejo antigo e “moda de viola” – embalando momentos de confraternização. 

Durante nossa visita, o Natal da Veggi nos presenteou com 48 novos amigos. Assim, ouvimos suas histórias, contamos as nossas, rimos, cantamos e os presenteamos com nossos pijamas, para levarmos ainda mais conforto para suas vidas.

O registro desse encontro vai estar disponível no nosso canal do Youtube. Segue a gente lá!