O diagnóstico de câncer provoca um abalo e a palavra causa arrepio. Inevitável, dada a severidade da doença e a complexidade do tratamento. Para todos, significa o início de uma batalha. Para uma criança, é a necessidade de evocar dentro de si uma força e coragem nem sempre característicos da pouca idade. Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), são registrados 12,5 mil novos casos de câncer infantil por ano no país – a maioria entre crianças de quatro e cinco anos -. 

Assim como qualquer enfermidade, o diagnóstico precoce potencializa as chances de cura. Especialistas definem o câncer infantil como mais agressivo se compararmos aos que acometem os adultos. Apesar disso, as chances de cura são altas. O organismo infantil é mais responsivo aos tratamentos, além dos órgãos serem mais jovens e trabalharem melhor. Nessa faixa etária, as células estão em constante proliferação, condição que garante uma recuperação mais rápida de altas doses de quimioterapia. Para informar e quebrar tabus, foi criado o Dia Internacional de Luta contra o Câncer Infantil, no dia 15 de fevereiro.  

A fantasia como saída

Dentro de um contexto de tratamento que exige tempo, hospitalização e medicamentação intensa e invasiva, os efeitos físicos são rapidamente notados. Bem como é fundamental tratar o câncer de dentro para fora, também é preciso cuidar da mente para que o desgaste da doença não consuma a infância de quem ainda tem tanto para viver. 

A ludoterapia consiste em uma abordagem psicoterápica adaptada para o tratamento infantil. Portanto, a técnica estrutura-se no fato de que brincando a criança consegue se expressar e projetar seu modo de ser. Ao lidarmos com uma doença tão grave, todo o cenário que envolve o tratamento oncológico tende a ser triste. De acordo com a psicóloga Daniela Freire, são diversos os fatores que causam estranhamento na fase pós diagnóstico. Segundo ela,  são determinantes “a mudança de rotina, o ambiente de tensão, novos horários para se adequar, medicações fortíssimas e as reações dessas medicações”, além de uma desestabilização da família, que é percebido pela criança. Daniela também afirma que “todo o tratamento vinculado ao lúdico e a fantasia fortalece a estrutura afetiva, mental e psicológica, fazendo com que a criança e os familiares aceitem o tratamento como algo importante e necessário, mas que não precisa ser tão pesado e desgastante”. 

Super-Heróis da Vida

Desse modo, associamos o lúdico não a uma fuga da realidade, mas a uma maneira de enfrentá-la de maneira menos dolorosa. Assim nasceu os Super-Heróis da Vida, campanha em parceria com a Fundação Cristiano Varella, Hospital do Câncer de Muriaé. Os pijamas de personagens da linha Sonho & Fantasia da Veggi enchem de significado quando encontram os verdadeiros heróis, como Luiz Gustavo, Vitor Hugo, Mariana, Davi e Luiz Sérgio. Na semana do dia das crianças, deixamos aqui nosso carinho àquelas que, apesar da pouca idade, nos ensinam todos os dias sobre ser forte, buscar dentro de si coragem e esperar com paciência.

Minimizando os desconfortos da rotina hospitalar, as fantasias consentem que as crianças continuem a ser crianças, mesmo diante um grande desafio. Enquanto humanizamos o tratamento, permitimos que nem um dia de infância seja tomado. E que a doçura desses pequenos pacientes não se amargure com os percalços que virão pela frente.